sábado, 30 de maio de 2009

Um conto pra relaxar

Como hoje estou de folga e meu espírito está leve... e como os anjos alegres me contaminam hoje, me mostrando a beleza da vida, só o lado bom... um conto de minha autoria, já antigo e já publicado no Jornal da Cidade, em 2006. Este é um dos meus preferidos. Espero que gostem!

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Confusão

Noélia Machado de 30 anos, era dona-de-casa e casada com Ademir Machado de 25, que tinha uma filha chamada Marinalva Cristina Machado, de 10 anos.

Pedro Bujanga do Nascimento tinha 12 e era vidrado em Helena Maria Borges, que era amiguíssima de Marinalva que, por sua vez, era apaixonada por Pedro, cuja mãe suspirava por Ademir. A mãe era Lúcia Flávia Bujanga, de 35, e tinha muito gosto por homens mais novos.

Noélia já não agüentava a folga do marido, e há tempos pensava em separação, inclusive já tendo até mesmo eleito seu novo amor: Amadeus, pois adorava nomes começados com a letra A.

Um dia, de repente, antes da revolução, houve uma briga do casal da casa 50. Clóvis havia batido na mulher pela trigésima quinta vez. Embriagado, tentou beijá-la e foi rejeitado. Reagiu surrando-a com o cinto na face. Neide Araújo das Dores decidiu pôr fim à valentia do marido e o envenenou.

No velório, todos os personagens dessa história compareceram e foi aí que tudo aconteceu...
Dona Cleide, que servia o cafezinho, derramou a bandeja na calça de Ademir. Dona Olga, senhora gorda e viúva, viciada em funerais, aproximou-se para limpar a calça de Ademir, este a evitou dizendo estar tudo bem, mas aceitou de imediato a ajuda de Lúcia, o que mais tarde resultou em matrimônio.

Noélia, desapontada com a separação, mudou-se para Itararé, mas não levou Marinalva. Esta preferiu o pai, pois este agora vivia na mesma casa de Pedro, seu grande amor.

Amadeus ficou triste ao saber da notícia da viagem de Noélia e, definitivamente, se entregou à bebida. Acabou internado em uma clínica de recuperação. Apaixonou-se por Neide, através das inúmeras visitas da mesma.

Como nem mesmo os personagens da história entendem o que aconteceu, e devido a essa imensa confusão, finalizo-a por aqui. Sem se esquecer, que Clóvis despertou antes de ser enterrado (sofria de catalepsia) e se encontrou sozinho na sala do velório com Olga.
O resto da história não é difícil adivinhar!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Apenas uma canção, nada mais


Hoje eu me peguei cantarolando uma canção que até há um certo tempo me incomodava, me causava dor e me trazia lembranças.

Eu estava visitando o blog de uma amiga e lá estava ela, estampada na página, me bombardeando com toda a sua melodia, seu compasso, sua métrica.

E comecei a cantar, do nada, sem pensar em nada, comprometido apenas com a música, sem mais nada.

Quando acabei, apenas havia cantado uma canção que gostava de cantar, que agradava e agrada meus ouvidos.

"Só nos sobrou do amor a falta que ficou" (Renato Russo)

É incrível como a dor só existe por um tempo, ou melhor, só existe enquanto há sentimento algum, e se vai quando já não há mais o que lembrar, quando já não há mais do que se orgulhar.

Cantei a música toda e contrariamente do que acontecia há alguns meses, não dediquei uma só estrofe da linda canção àquela que um dia eu acreditei ter sido especial.

"Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz..." (Marisa Monte)

E se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí levando o violão debaixo do braço, mas não paro mais em qualquer esquina, e muito menos entro em qualquer botequim, pois se houver motivo para fazer um samba, que seja um que valha meus acordes. E se quiserem saber se volto, diga que não, pois a saudade já se afastou de mim.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esmola vicia

A cara de pau da pessoa que pede em semáforo, para mim, é quase a mesma de políticos corruptos. A diferença é só a proporção e a arrogância.


Ultimamente, Jundiaí virou a verdadeira "terra das oportunidades". Oportunidades para vagabundos isso sim.


Não me venham os falsos moralistas falar em solidariedade ou os cristãos mais fervorosos (cuidado, pois a distância para um falso moralista é muito pequena) falar em amor ao próximo.


Não há porque, não razão, não há situação que obrigue uma pessoa a exercer a mendicância. Isso é da natureza de cada um. E o pior é que toda vez que paramos num semáforo, a cena nos leva a refletir e nos constrange, sem motivo para ser assim.


Há algum tempo ouvia-se falar muito no "fruto da sociedade", ou seja, as pessoas marginalizadas seriam fruto de uma sociedade mesquinha e exclusiva, em resumo, vítimas do sistema.


Eu penso diferente. É claro que vivemos numa sociedade mesquinha e que faz de tudo para excluir as pessoas, mas prefiro acreditar bem mais na teoria de Darwin, que diz que os mais fracos são naturalmente excluídos. E disso, ninguém pode se envergonhar. A natureza é assim ou você encontra um cachorro dividindo seu alimento com outro?


É óbvio que nossa inteligência, que não veio só, mas acompanhada de senso de caridade, nos impede de agirmos como animais (embora eu tenha visto muitos animais andando e falando por aí), mas é bom pararmos de taxar os menos favorecidos que estão nos semáforos, de coitados.


Ninguém é coitado. Só quem quer. E aqueles que querem, para mim, só merecem nossa indiferença. Ah não, chega disso, de olhar, ficar com dó e alimentar o vício da esmola, que deve ser tão ruim quanto os demais.


É por isso que quando eu paro no semáforo, por mais que minha parte emocional queira estender algumas moedas, prefiro deixar minha porção mais nobre tratar-lhes como cidadão e não financiar seu fracasso. O fracasso de não agir contra sua condição.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Greve no JC, mais uma vez...

Meus queridos amigos, os verdadeiros jornalistas do Jornal da Cidade, enviaram nesta terça-feira uma Carta Aberta à Câmara Municipal, entidades e à sociedade.
Eles não tiveram os salários do mês passado depositados, nem os dois vales-compras do Supermercado Boa, no valor de R$ 107,00 cada, em descumprimento de acordo feito com o Sindicato.
A paralisação começou sexta-feira (8/5), às 16h. O jornal está sendo feito por cinco dos 16 jornalistas e o Sindicato ajuizou dissídio de greve no TRT de Campinas.
Carta Aberta aos jundiaienses.

É deprimente ver uma empresa, que um dia tratou com muita dignididade seus profissionais, ter esse tipo de postura. Alegar falta de recursos é como chamar os jornalistas de imbecis. Ora, falta de recursos? Que tal reduzir um pouquinho o padrão de vida da família e honrar os salários e os benefícios trabalhistas?

O pior de tudo é ver gente na mesma situação furando greve. Coisa feia! Coisa indigna de jornalista. Todo mundo tem suas contas para pagar, todo mundo precisa, e não me venham falar que uns precisam mais que outros... Isso é discurso ultrapassado, pedante... Jornalista que se preza tem que ter, antes de tudo, pulso e honra para lutar por justiça, sobretudo, consigo e para com os companheiros de profissão. Jornalista que vê apenas o próprio umbigo não pode se dizer jornalista. E o que abaixa a orelha para tudo é digno de pena, só isso!

Bem, fica aqui o registro da minha indignação e dos meus parabéns para a turma que, mesmo temendo tudo o que de pior pode vir de uma greve, aguenta firme em prol de uma coletividade. Coletividade, palavra que alguns teimam em ignorar!

Força sempre!

Abaixo, o link do site do Sindicato dos Jornalistas, onde está inserida a carta do pessoal do JC

http://www.jornalistasp.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2292&Itemid=1

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Minha segunda-feira


Minha segunda-feira, por mais que seja dolorosa, desta vez teve uma beleza toda dela. Fazia tempo que eu não me sentia bem em uma segunda-feira, mas hoje me senti.

Nesta segunda-feira, ando mais leve, mais tranquilo, mais contente e mais esperançoso que tudo dê certo. Acho que isso vem do fato eu não ver mais obstáculos para chegar onde quero. Ser feliz do jeito que sempre sonhei.

A "pedra no meio do caminho" eu retirei e agora tudo parece ser uma questão de caminhar, seguir, não me ater com o que ficou no meio do caminho esperando um outro pé para tropeçar.

Pés haverá muitos, dispostos e desgostosos em satisfazer a vontade da pedra, em fazer tropeçar, mas o caminho é um só, o meu, o que me leva para onde quero, o que respeita a unicidade de cada pé, de cada querer.

A pedra não pode guiar os passos, tem é mais que se constatar pedra e ou deixar ir ou se refazer de algum modo. E só depende do pé querer ou não ir.

Nesta segunda-feira, por mais que minhas palavras pareçam sem sentido para quem me lê numa primeira vez, atordoado pelas pedras de seu caminho, sei que a tristeza e a angústia de se valer de um copo meio vazio é o que me dá a sensação fúnebre do dia, que não passa de simplesmente mais um dia, que junto às terças, quartas, quintas e sextas, não passam de tempero para o final de semana ter mais gosto.