domingo, 19 de setembro de 2010

Hoje aqui, amanhã não se sabe...

Amanhã não se sabe

 
Como as folhas, como o vento
Até onde vai dar o firmamento
Toda hora enquanto é tempo
Vivo aqui neste momento
Hoje aqui, amanhã não se sabe
Vivo agora antes que o dia acabe
Neste instante, nunca é tarde
Mal começou e eu já estou com saudade

Me abraça, me aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for

Como as ondas com a maré
Até onde não vai dar mais pé
Este instante tal qual é
Vivo aqui e seja o que Deus quiser
Hoje aqui não importa pra onde vamos
Vivo agora, não tenho outros planos
É tão fácil viver sonhando
Enquanto isso a vida vai passando

Me abraça, me aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for
Me abraça, me aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for

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Hoje eu sei. E como sei. Mas, de alguma forma que não sei explicar, eu ainda insisto em não saber o que será. Tenho assistido ultimamente, quer dizer, tenho revisto os episódios da série "Anos Incríveis", que marcou minha adolescência por seu linguajar próximo e temas de fácil empatia. E de alguma forma, o monólogo acima, com o qual comecei este post, parece-me ter saído diretamente da boca de Kavin Arnolds, embora eu mesmo seja o autor.
É incrível olhar o passado e ver o quanto se aprendeu, o quanto viveu, e o mais incrível é ter certeza de que outras águas estão rolando debaixo das Pontes de Madison, que outros Ventos estão nos Levando, assim como outros Anos Incríveis estão passando. A vida é uma máquina de fazer passado. É isso aí, com as sobras de ontem se faz o passado de amanhã. Acho que deve ser por isso que os japoneses não desperdiçam nada do passado. Sabiamente dizem que os erros do passado nos ajuda nos acertos do futuro, que não dura mais que algumas horas.
Por isso que, às vezes, e só às vezes mesmo, dou uma vasculhada no passado. Sei lá, me faz bem ver minha história, como minha coleção de selos da época do ginásio (e olha que a fase que vai da 5ª à 8ª série nem se chama mais assim), a qual eu guardava com todo zelo dentro de um envelope cheio de advertências do lado de fora, como "Não mexa", "Fique longe" e "Pertence a Carlos Gustavo", época em que eu só tinha o sobrenome da minha família materna. Outro dia eu os vislumbrei novamente. Estão todos lá, e dentro do mesmo envelope, agora carcomido pelo tempo. Lembrei como pensava neles. Ficava em meu quarto admirando-os, enquanto meu avô assistia ao telejornal na sala - época em que as casas não se permitiam o luxo de mais de uma TV - pensando o quanto valeriam no futuro. Hoje, parecem não valer tanto quanto antes. Acho que foi pelo fato de minha carência ter diminuído.
Outra parte de minha história que eu gosto muito de rever é minha coleção de gibis. Esta eu trato com carinho, acho que desde os meus 12 anos, ou menos. Hoje com o zelo de um adulto, eles sobrevivem - até que meus filhos os destruam - e preenchem o armário de meu escritório, e continuam aumentando, mas os que mais gosto são aqueles devorados pelas sábias traças. Estas não comem qualquer coisa. Garanto que se fizesse uma experiência, constataria que as traças só devoram páginas escritas que valem a pena, não qualquer coisa. Tive alguns dicionários devorados, assim como gibis (os melhores), e livros.
Bom, agora deixo estes escritos entrarem para a história. Tomara que eu me orgulhe deles um dia. E que as traças os comam...


sábado, 4 de setembro de 2010

Apertem os cintos, as sacolinhas sumiram!

Talvez o planeta agradeça e reduza gradativamente sua deterioração face à poluição que vem sofrendo há décadas, mas que o ser humano está sofrendo com o sumiço das sacolinhas plásticas nos caixas do supermercado, ah isso tá. Nunca vi tamanho desespero por achar modos de carregar suas compras, como atualmente. Desde o último dia 30 de agosto, um pacto entre todos os supermercados de Jundiaí pôs fim à sacolinha, obrigando o consumidor a adotar medidas que, até meados dos anos 80, não pareciam sacrifício algum.
Caixas de papelão, sacolas reutilizáveis e até sacolinhas plásticas levadas pouco antes de entrar em vigor a lei municipal (que resultou no pacto entre os supermercados da cidade, já que nenhum deles quis parecer deselegante sozinho aos olhos de seus consumidores) estão sendo usadas para carregar as compras. O que me espanta e chega a ser impressionante é o sofrimento do povo, principalmente as pessoas um pouquinho mais novas que eu, pertencentes à geração do plástico, que não conheceu, na década de 80, os sacos de papel rústico disponível nos caixas.
Em um dos hipermercados da cidade, vê-se carrinhos abarrotados de caixas de papelão e sacolas retornáveis mesmo antes de se iniciar as compras, tamanho é o medo de ter que levar os produtos no carrinho sem qualquer outra embalagem. Quem já tem suas sacolas não-perecíveis se orgulha, carregando-as com pompa diante dos olhos dos menos avisados (e desesperados).
O incômodo é grande, concordo, afinal, foram décadas de costume com as malditas e poluentes sacolas plásticas, mas sinto por dentro um certo orgulho por fazer parte de uma sociedade que, finalmente, começou a deixar de lado a comodidade em prol de um bem maior. O próximo passo contra o plástico? Quem sabe o fim de uma vez por todas das também malditas PETs? Aí sim, seríamos supreendidos novamente. Né não?