terça-feira, 26 de outubro de 2010

Gosto do A ao Z...

Não gosto de fim. Gosto de começo. Gosto do primeiro bocado, quando a boca ainda saliva, ao invés do último quando a saciedade já toma conta d'alma. Gosto do primeiro beijo quando o coração dispara e não do último quando ele se quebra. Gosto do prazer em conhecer, mas não do até um dia. E por falar em dia, gosto do bom dia ao invés do boa noite.
Gosto do oi, não do tchau. Gosto do nascer, não do pôr-do-sol, se bem que também é fascinante, embora melancólico. Gosto do amor à primeira vista, não do amor adquirido pela convivência. Gosto do sexo feito de improviso ali mesmo onde a vontade acontece, não do planejado e mecanizado. Gosto do hoje e do ontem, mas do futuro não sei se vou gostar. Aliás, gosto muito do início de tudo, da gênese, e detesto na mesma medida o apocalipse, prefiro esperar que a história ganhe o Oscar ao invés de concorrer com os dias maravilhosos que ainda hão de vir.
Gosto do primeiro gole, não da última gota, que deixa saudade. Gosto do réveillon mais do que o Natal, pelo menos no que se refere ao fim do calendário. Gosto de janeiro e abril, ao inves de novembro e dezembro. Gosto dos primeiros quilômetros de uma longa viagem que os últimos metros de um passeio curto. Gosto, em geral, das primeiras músicas de um CD que a última faixa que encerra o trabalho tão dedicado daquela banda que quis agradar-me. Gosto do vinho ainda verde, com o sabor da uva não adormecida pelo carvalho a um líquido maduro e encorpado que dá o tom da idade. Gosto de Dó bem mais que do de Si. Gosto da juventude porque me faz rir e gargalhar como um patife embebido pelo desconhecido que a tenra idade e seu apelo choroso de memórias encantadas. Gosto das primeiras gotas de um banho quente, que as últimas de uma saída para o frio. Gosto, enfim, do título de uma vida ainda a escrever que do ponto final da história que ficou escrita.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Vocês não vão acreditar...

A descoberta dos vírus deve-se a Dmitri Ivanowsky (em 1892), que, ao estudar a doença chamada ‘mosaico do tabaco’, detectou a possibilidade de transmissão da doença a partir de extratos de vegetais doentes para vegetais sadios, por meio de experimentos com filtros capazes de reter bactérias.
Mas, com a advento da informática a definição de vírus se tornou talvez até mais popular do que antes, quando estes seres infectavam "apenas" nossos organismos. Hoje, os malditos são capazes de não só causar dor e sofrimento, mas o que é pior, infernizam nossa vida mais do que se adquirissem o formato de qualquer doença.
Os rackers são um caso a parte. Até entre eles, já há uma separação entre os de renome e os desprezíveis. Os primeiros se detêm a invadirem grandes organizações, objetivando lucrar com a atividade ou na pior das hipóteses, causar transtornos de repercussão internacional.
Agora, quanto aos medíocres, ah esses dão um show quando o assunto é riso. São aqueles que tentam prejudicar as pessoas comuns, tentando espalhar vírus por meio de e-mails idiotas, num verdadeiro stand up comedy, aliás, num sit down comedy, porque pra mim não passam daqueles sujeitos que não se encontraram no mundo e ficam o dia inteiro na frente da TV ou do computador "pensando" em como ser "mau", embora o que consigam seja apenas parecerem idiotas.
Há algum tempo recebo e-mails que até uma criança saberia que se trata de vírus. Olhem alguns exemplos e vejam se não dá vontade de rir:

1- Depósito de dinheiro em sua conta bancária. Clique aqui para ver detalhes. (desde quando banco manda confirmação de depósito? "Beleza, algum mané depositou na minha conta por engano, uhuuuu, ai viado, é vírus! Mas que m...")
2- Nossa foto. Faz tempo, mas não me esqueci de você. Olha a nossa foto aí, bebê! (putz, essa é pra pegar otário carente, mas daqueles bem carente mesmo! "Hummmm, por nome não conheço, mas de repente pode ser alguém que não vejo faz tempo... vagaba filha da mãe... é vírus!")
3- O pai é dono de padaria, mas a filha é quem queima a rosca. Será que nessas horas, um pai se orgulha da filha? (essa é pra aqueles internautas com muitas espinhas na cara! Olha o pelinho na palma da mão, rapaziada! "Nossa, essa não perco por nada... será que conheço a piranha? Pqp, me fo...")
4- Estou recorrendo à minha lista de contatos para arrumar emprego. Clique aqui para baixar meu currículo. (essa já apela para a solidariedade da galera. "Pô, coitado do Zé, tá precisando de uma força, vamos ajudá-lo... ai fdp, é vírus!" rsrs)
5- Quem avisa amigo é. Estão te traindo... Clique aqui e veja as fotos! (essa é pra corno que tem vocação pra ser corno, pois até quando não é, quer ser. "De novo não... dessa vez eu não vou perdoá-la, não vou... ufa, era só um vírus que vai acabar com meu disco rígido, menos mal" rsrs)
6- E uma das mais novas: Padre pedofilo e flagrado abusando de coroinha na paroquia. Depois disso continuem Indo a Igreja. (essa é destinada aos ateus e aos católicos mais fervorosos. "Ah sabia que alguém ia acabar filmando, vamo ver se o padreco também faz contramão... putz, isso que é sacanagem, cavalo de tróia fdp")

É ou não é um show de comédia esse tipo de vírus?
Um abraço a todos.

PS: se você entrou neste blog pra ler este post já foi infectado por um vírus sem cura! O vírus da curiosidade. rsrsrs

domingo, 10 de outubro de 2010

Uma vida inteira...

Quando se chega aos 33 anos, não por coincidência, percebe-se que uma vida inteira teria passado caso não fôssemos persistentes em continuar respirando fundo e acreditando na capacidade criativa que a vida tem de nos surpreende a cada dia. E, aos 33 anos, dando uma pequena viradinha de cabeça, não muito a ponto de deslocar o ombro, dá pra ver quantos fatos e quantas pessoas passaram por mim e que, de algum modo, fizeram parte da minha vida, me fazendo chorar, rir, amar e me emocionar, mas sobretudo, crescer.
Alguns eu nunca mais vi, outros vez por outra andam a cruzar meu caminho estreito, o que não raro me deixa satisfeito. Adoro rever pessoas importantes para mim.
Uma dessas é o meu irmão mais novo, irmão de vida, da vida de república, em Bauru, o Rafael, que se transformou no Charlie ao longo dos quatro anos de Unesp. Aprendi e aprendo muito com a intelectualidade dele, assim como sua visão da vida, em constante mutação... pudera, vive pensando!
Outra é o meu irmão mais velho de vida, que ele não me ouça, o senhor Ronaldo, que entrou na minha vida a ponta-pés e me fez rever muitos pontos de minha impaciência ariana. Ensinou-me com isso a ser mais que um bom jornalista, mas um homem de negócios, com olhos no céu do futuro e com os pés no chão de hoje. É claro que ele ainda tem que entender que não sabe tudo, e que eu também tenho muito a ensinar-lhe... mas eu espero esse dia chegar!
São tantas pessoas, que eu ficaria muito tempo descrevendo-as, como minha amiga de profissão Paulinha Mestrinel (exemplo de gentileza e poetiza), sim Paula, meu nome é Carlos Gustavo (rs) e eu colecionava selos, mais para apreciar seus desenhos que para negociá-los; Kadija Rodrigues (exemplo de persistência, batalhadora incansável); Nilson Cologni (fotógrafo excepcional e generoso, bondade em pessoa); Flávio Buzanelli (quase um pai pra mim, grande advogado e contabilista, que certa vez me disse: se for para ganhar muito dinheiro nessa vida, que seja honestamente, do contrário não valerá a pena), e tantos outros quantos os dias alegres em minha vida, os quais não foram tantos quanto eu gostaria, mas que também não foram tão poucos a ponto de os colecionar como os meus selos!
E acho que deve ser assim mesmo... vivendo e aprendendo, sonhando em ser mais e mais e mais. Mais humano principalmente.