terça-feira, 9 de julho de 2013

História feita

O blog andou meio largado.
Pudera, muitas coisas aconteceram desde o último post.

A pior delas foi a partida de minha avó, há um mês.
Minha avó estava com alzheimer, mas mesmo assim manteve-se lúcida (ou semi-lúcida) até o fim.
Na verdade, toda a família esperava sua partida. Ela já se encontrava cansada.
E foi para junto de Deus após uma cirurgia de emergência, logo depois de uma queda na qual fraturou a bacia. Deus atendeu ao pedido dela, que a vida toda disse não querer ficar na cama, sem poder se levantar. E assim foi. Descansou como boa serva do Senhor, após uma vida inteira em seu louvor.
No velório e no enterro, senti um orgulho enorme dela. Veio gente que há muito não via, gente que fez parte da minha infância, mas que por um desses motivos que desconhecemos, havia se distanciado há mais de 20 anos. E todos falavam bem da dona Apparecida, minha avózinha, com quem fui criado. Sou o seu neto mais velho, dentre os 12 que teve. Por isso, vivi muitas coisas ao seu lado. Em meus 7, 8 anos, ia para a igreja com ela, todas as noites, cantava os hinos da harpa, procurava os versículos da Bíblia para ela, que ainda não sabia ler direito (depois ela acabou frequentando o antigo Mobral do Estado) e a acompanhava ao supermercado para ver os preços. A saudade doeu no coração por ocasião da notícia de que ela nos deixava, mas aos poucos foi passando. Hoje já começa a ficar branda no peito, de sorte que já não mais me escorrem lágrimas ao lembrar dela.

Outro acontecimento foi o início do meu estágio em Direito. Vocês não fazem ideia como é recomeçar em uma carreira diferente. Mas estou recomeçando, com aquele brilho nos olhos que tinha quando comecei minha carreira como jornalista. Agora, porém, com mais lucidez (um pouco menos otimismo) e mais certeza de que o Direito me realizará como profissional. Não que no jornalismo eu não tenha me realizado, pelo contrário, bem porque consegui amigos maravilhosos, aprendi muitas coisas e até prêmio nacional ganhei, mas o Direito é algo mais complexo, é um campo muito fértil. E nada me deixa mais satisfeito do que sentir a existência de espaço para crescimento intelectual. Vamos ver no que dá!

Por fim, como Deus me abriu a janela acima, começou a me fechar uma porta, pela qual eu já não estava conseguindo passar como antes. Sim, aos poucos, vou deixando minha empresa e utilizando o meu tempo integralmente para minha nova carreira. Enganam-se aqueles que acham essa transição fácil. Sofrida isso sim. A sensação é a de estar perdendo um filho. Dá vontade de chorar quando lembro dos primeiros passos, mas é chegada a hora de olhar para frente e remar. Como bem diz Marcelo Camelo: "Aponta pra fé e rema...".

Por enquanto, essa é a história. O que virá, só o futuro nos dirá!