sábado, 27 de novembro de 2010

Quem se atreve a me dizer...


Samba a dois
(Marcelo Camelo / Los Hermanos)

Quem se atreve a me dizer
Do que é feito o samba
Quem se atreve a me dizer

Não, eu não sambo mais em vão
O meu samba tem cordão
O meu bloco tem sem ter
E ainda assim
Sambo bem a dois por mim
Bambo e só mas sambo sim
Sambo por gostar de alguém
Gostar de

Refrão:
Me lave a alma
Me leve embora
Deixa ver samba no peito de quem

Quem se atreve a me dizer
Do que é feito o samba
Quem se atreve a me dizer

Quem, me ensinou a te dizer
Vem que passa o teu sofrer
Foi mais um que deu as mãos entre nos dois
Eu entendo o seu depois
não me entenda que por mal
Mas pro samba foi vital
Falar de

Refrão:
Me laça a alma
Me leva agora
já que um bom samba não tem lugar

Nem se atreva a me dizer
do que é feito o samba
nem se atreva a me dizer

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A vida amarga de docente



Tem dias que chega ser apavorante entrar em uma sala de aula para tentar ensinar alguma coisa aos alunos. Principalmente quando o tempo está quente. Sei que são crianças e necessitam de movimento. Mas também sei que necessitam de conhecimento e pra isso precisam parar, por alguns instantes, sentados na carteira. Fenômeno conseguido apenas aos gritos em uma 5ª série. Você pode até pensar que é capaz de controlar uma classe com 37 alunos só na conversa, mas a prática é bem diferente, pode acreditar!
Mas nem todos os momentos são ruins. Há aqueles que te fazem rir, como na correção das provas. É cada absurdo que as gargalhadas escorrem pelo rosto de uma vez.

A pergunta: de que tipo é o adjetivo azul-marinho?
A resposta: do tipo escuro.
A pergunta: na oração "Deus é bom, mas castiga de vez em quando", o substantivo presente é simples ou composto, por quê?
A resposta: é simples, porque o castigo é só de vez em quando.
A pergunta: amor é um substantivo concreto ou abstrato?
A resposta: concreto, porque o amor a gente sente.
A pergunta: na oração "Teimaram em fazer a festa", o sujeito é indeterminado ou inexistente?
A resposta: insistente.

E assim segue a humanidade... enquanto os alunos da rede pública são aprovados automaticamente com respostas assim! E o salário... ó...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Só um...

Um olhar. Uma retribuição. Uma vontade. Um nascimento. Um menino. Um pai ausente e inexistente. Uma mãe mais do que presente. Um presente de mãe. Um sonho. Uma escola. Um vestibular difícil. Uma aprovação consagrada. Um trote. Uma viagem. Uma república. Uma galera. Um ideal. Um diploma. Um estágio? Um não na cara. Uma despedida. Uma volta ao lar. Um mercado de trabalho competitivo. Um balde de água gelada. Um teste. Um emprego. Um fardo para carregar. Um patrão indiferente. Um mês sem salário. Um bimestre sem salário. Uma desculpa esfarrapada. Um expediente para cumprir. Um chefe gente fina. Uma amiga mais que amiga. Um namoro. Um fim. Uma chefe ciumenta. Uma briga. Uma advertência. Uma estagiária. Um novo dilema. Um novo olhar sobre a vida. Uma frustração. Um casamento. Um recomeço. Uma liminar. Um julgamento no Supremo. Uma decepção. Uma profissão jogada ao relento. Um pé-na-bunda sem direito a nada. Um processo a perder de vista. Um convite. Uma rádio. Uma atividade diferente. Um mês. Uma amiga. Um novo jornal. Um novo chefe. Um pesadelo. Uma dispensa mais do que esperada. Uma comemoração íntima, apesar do desemprego. Um concurso público. Uma aprovação. Uma espera angustiante. Um freela rapidinho. Um dinheirinho suado. Uma nova saída. Uma escola. Uma classe. Um professor. Uma nova profissão. Um começar difícil. Um pisar em ovos. Uma satisfação. Uma insatisfação. Uma segunda faculdade. Um novo ramo. Uma nova universidade. Uma média acima da esperada. Um novo objetivo. Uma empresa. Uma esperança. Uma jornada tripla. Um ano tão corrigo e cansativo como nenhum outro.

Um beijo e um abraço a todos!