Ninguém entende. Por mais que eu me esforce num desabafo sem fim, ninguém consegue sequer chegar perto de entender minha angústia. Sim, eu sofro sim, como bem frisou minha querida psicóloga no último encontro. Sofro todos os dias, mas hoje em especial, a dor estava mais latejante dentro do peito. Queria sair e explodir no ar, como fogo de artifício. Mas eu, pelo menos dessa vez, me segurei.
Ninguém entende. Por pior que possa parecer, todos continuam surdos e cegos frente ao meu desespero, ao meu quase pedido de socorro. Eu sei que ninguém pode me ajudar, mas nessas horas é tão bom ser compreendido, receber um apoio verbal que seja... Mas não, eles não entendem o que é viver como o pé no chão desejando voar, desejando viver o sonho que um dia esteve prestes a se tornar realidade.
Ninguém entende. E o domingo, tradicional carrasco de meu humor, minhas emoções, se aproveitou para me sufocar um bocadinho mais dessa vez, uma esganadinha a mais no meu pescoço. Cercado de pessoas, me senti uma vez mais solitário. Minha família não suporta mais o peso da culpa por ter-me influenciado a caminhar para onde eu não desejava e se escondem, agora, em risos amarelados e em uma disfarçatez que me arranca pena.
É triste, numa tarde feia de domingo, constatar que ninguém te entende pelo simples fato de nenhum deles ainda ter se entendido, ou melhor, de nehum deles saber que há algo a ser entendido... Enquanto isso eu sofro e sonho.
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