segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dois dias num só coração


Sinceramente... sei que tenho andado cansativo, repetitivo, enfim, um saco mesmo, mas a verdade é que este tem sido o meu estado de espírito nas últimas semanas, nos últimos meses. Tenho andado tão deprimido, que até aqui, neste blog, venho sendo alvo de censura, como se já não me bastasse ter sido vítima da censura inescrupulosa há alguns meses.
Bom, como me propus a escrever neste espaço somente coisas sinceras, não me importarei em agradar ou desagradar a quem quer que seja...

Vamos começar pela parte boa do meu dia.
Hoje foi o primeiro dia em que, de uma vez por todas, encarei o jornalismo radiofônico. Acordei junto às galinhas, exatamente às 4h45, com o dia ainda escuro, após uma noite pouco dormida, na qual apenas a ansiedade teve vez. Às 6 horas da matina lá estava eu, na portaria do Jornal de Jundiaí, com a pretensão de conseguir um carro e ir até o meu novo local de trabalho. Pura ilusão. O porteiro me olhou com cara de quem estava achando aquilo tudo uma brincadeira e sacou a desculpa pronta no bolso: "Não deixaram nada avisado aqui. Se o senhor quiser pode esperar o encarregado do setor chegar, às 7h30, para ver se ele está sabendo".

Sete e trinta? Às 7h30, meu senhor, eu tenho que estar preparando minha segunda entrada ao vivo com o boletim do trânsito na cidade. Rádio é assim. Não dá tempo pra pensar, como se faz em impresso. É entender e passar a informação de uma só raquetada, mas é claro, sem tropeçar e sem chance de errar, afinal, como é que se volta o dito?

Liguei para meu novo chefe e do outro lado da linha, em tom de espanto que mais tendia para a desolação, limitou-se a um "que merda, e isso porque eu avisei pra duas pessoas. Vem pra cá então", ordenou. Erros de comunicação dentro de uma empresa de comunicação são clássicos, embora aos olhos das pessoas que nunca entraram em uma seja o cúmulo do absurdo. O fato é que eles existem aos montes e a gente tem que aprender a conviver com eles se não quiser perder o humor logo pela manhã.

Na rádio, enquanto o chefe preparava minha pauta, eu observava o ex-vereador Kachan, apresentando seu programa musical. As antigas serestas, interpretadas por Nelson Gonçalves e cia, preenchem o programa. "Você não quer morrer quando ouve essas músicas logo às 6 horas da manhã?", desabafou o chefe. Indaguei se havia muitas pessoas, àquela hora, ouvindo a rádio. "Pior que tem, e gente que liga aqui pra reclamar de qualquer coisa".
No trabalho de campo, nenhuma dificuldade de 1º dia que não pudesse ser superada com um pouquinho de capricho. Ao todo, foram seis entradas ao vivo e uma entrevistada. Amanhã, terei a oportunidade de estar, novamente, na Câmara Municipal, na 1ª sessão ordinária da 15ª Legislatura. A diferença é que agora estarei por um veículo imediato e não mais sofrerei cortes de edição, como antes. Acho que vai ser emocionante.
Mas com eu disse no início desse post, foi no período da tarde, que meu tormento voltou para me atazanar. Enquanto eu aguardava, com o carro estacionado, nossa contato comercial entregar a um possível cliente, o Planeta, reparei na casinha em frente ao meu carro. Uma casinha localizada na avenida Fernando Arens, lá pela altura da Vila Progresso. Uma casinha nos melhores moldes dos meus desenhos de pré. Bonita, bem cuidada, mas simples. E ali, naquele instante, eu me imaginei feliz com a pessoa que mais amei na vida. Pareceu-me tão distante, que o impossível logo estava sentado ao meu lado no carro. Ele, aos berros, teimava em me informar que a esperança não haveria de entrar naquele carro, mas eu não quis ouvir, ao invés disso, meu coração se acalmou numa última batida que dizia: quem sabe um dia?
Só espero, sinceramente, que ninguém me critique por eu ainda conservar, mesmo não querendo, esse amor, que muitas vezes me faz mal, mas que também me ajuda a continuar acreditando na vida.




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