quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Baste-se!

Engraçado como as horas passam, os dias voam e, às vezes, só às vezes, você se sente limitado, cansado de não fazer nada, de não ter novidade, de não saber para onde correr ou se o melhor que tem a fazer é correr.
Minha vida não se traduz em uma aventura quase inédita, daquelas que se vê nos filmes e nas redes sociais, uma alegria tamanha que beira a falsidade e resvala na tristeza. Não, minha vida, na maior parte dos meus dias, não tem graça nenhuma. Vivo como um qualquer. Sem grandes beijos de amor, sem surpresas agradáveis, sem boas notícias profissionais, sem novas jornadas a começar, ou grandes tropeços a superar.
Será que para se sentir feliz, hoje, todos temos que nos sentir únicos? O que eu vejo são só sorrisos e congratulações uns com outros na vontade insana de se sentirem inseridos num grupo que os ama. E a espiral do silêncio dá a tônica nessa questão. Aprendemos a falar aquilo que os outros querem ouvir e a nos calar quando o silêncio é a preferência da maioria. Só para ficarmos juntos. Mas... numa imensa contradição, busca-se o ineditismo imitando a quem se sobressai, mesmo que por milímetros, na esperança de alcançarmos uma individualidade perdida.
Sabemos que somos sós e que sós temos a capacidade de sermos felizes, mas é tão difícil não desejar ser admirado... Talvez a felicidade esteja aí: não esperar nada de ninguém e saber viver nossa vidinha comum e medíocre, como se esta fosse, como realmente é, uma grande oportunidade de aprendermos a nos bastar como seres humanos.

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