domingo, 21 de fevereiro de 2010

De volta para o "horário de gente"

Ele durou quatro meses, mas pareceu quatro anos. Até que enfim o maldito horário de verão acabou. Como diria meu saudoso avô: "Agora sim, voltamos a ter um horário de gente! O velho ficava tão contrariado com o roubo de uma hora de seu precioso tempo que se negava a mexer nos ponteiros de seu relógio de pulso. Quando perguntavam-lhe as horas, ele dava duas opções: "Você quer saber o horário verdadeiro ou o falso?" Fosse qual fosse a escolha, não tinha escapatória: ouvia toda a indignação dele antes da informação pedida.
E não sei se foi por crescer ouvindo isso, que peguei uma certa birra com esse horário de verão. Ele é ótimo para quem pode levantar depois das 10 da manhã, porque pra quem precisa acordar muito cedo, é uma hora a menos que o organismo custa a acostumar. E quando finalmente se adapta a acordar com a lua e a chegar em casa ainda com o sol queimando os miolos, é forçado novamente a mudar. E o benefício disso é 1% de economia de energia. Muito pouco para um sacrifício fisiológico desse. "Se o caso é economizar energia, por que já não adiantamos umas duas, três horas de uma vez?", questionava meu avô. Eu já acho que se tem que haver esse sacrifício todos os anos por não haver outro jeito (falta de vontade, pois pra tudo tem jeito), então todos os estados deveriam entrar na roda e contribuir com uma hora de sono, afinal, isso é ou não é uma União?
Bom, mas agora tudo volta à sua normalidade: a globeleza parou de rebolar o rabinho de fora, o horário "de gente" voltou e o ano letivo começou... não falta mais nada! Quer dizer, falta trabalhar mais dois meses para pagar os impostos desse Brasil pra só aí começar a ganhar alguma coisa! Ô paisinho que rói o osso e arrota filé mignon!

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