quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Doidera de um dia de verão na redação de um bom dia de trabalho

O carro lá fora chega. O motorista entra apressado e com um gesto de braços do outro lado da redação me chacoalha na cadeira. É agora! Corri, puxei o fotógrafo com um cutucão de leve no braço direito, foi junto, apressado, esbaforido também. Entramos no carro, o motorista desatou a andar. Destino: a casa de um arquiteto com o qual eu nunca havia falado antes. Longe, mas temos que chegar antes das 14, e eram 13h55. Deu tempo. Toco o interfone. Quem é? Como assim quem é? Sou eu, do jornal, aquele que falou com vossa mercê há pouco, tá lembrado não? Entre pelo portão grande ao lado. E a estúpida pressa me fez seguir pelo lado oposto, quase invadindo propriedade alheia. É por aqui, avisa o fotógrafo quase sempre no tempo necessário para se evitar maior constrangimento. Entro. Sento. Começa a conversa. Dez minutinhos no máximo porque temos outras infinitas pautas. Mas o homem desanda a falar. Fala bem. Mas eu corto. Termino logo e saio ainda recebendo os beijos e as lembranças que o tal me responsabiliza a levar ao editor. Esqueço. Vamos pra onde? Pegar B.Ó... Ó... como odeio isso. Estacionamento privativo a viaturas policiais. Mas o motorista estaciona. Conta um causo rápido do porquê age daquela forma e entra. Volta rápido. Missão não cumprida. Depois voltamos. Vocês voltam, eu não! Paramos no Centro. Outra pauta: as compras de última hora. Frustração. Esse ano, o povo se planejou e comprou antes. Como assim? Indago em solidariedade aos comerciantes. Legal, pauta às avessas. Boa! Exclama o chefe contente com a manchete do dia seguinte. Escrevo. Depois de pronta, muda. Entra anúncio. Outro e outro. E eu, e minha amiga e meu amigo e o fotógrafo e todo mundo louco. Minha cabeça dói. Vou até a farmácia, compro uma aspirina, tomo, volto ao computador e escrevo. A mãe de uma vereadora morre. Uma notinha a escrever. Ligo, consigo os dados. Feito. O que mais? Adiantar matéria para o dia 25, minha folga, coisa rara. Escrevo. Dá certo. Tchau, vou embora. Em casa, bate a dúvida: a que horas entrar amanhã? Ligo o computador e o expediente não termina! Chega! Vou dormir, nem que seja com a cabeça apoiada no teclado.

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