quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ano cármico


"Sua forte determinação e grande auto confiança determinam o andamento deste mês. Você atrai bons acontecimentos, leva adiante seus projetos e tem coragem de encarar oportunidades. Os negócios são expandidos e você recebe reconhecimento de seus superiores e de seus parceiros de trabalho. No amor, clima intenso e favorável."


As palavras acima foram extraídas do maldito spam de Aparecida Liberato (sim, a irmãzinha de Gugu), que eu ainda insisto em abrir, fazer o também maldito cálculo de: dia de nascimento + mês de nascimento + ano do último aniversário, somar os algarismos reduzindo-os a um único dígito e então verificar as besteiras generalizadas que a numerologia (leia-se Cidinha) diz sobre minha energia para o mês de setembro.
Eu juro que não acredito nessas coisas, mas que elas acertam uma porção de coisas, ah isso acertam. O maior exemplo veio para mim no início do ano, enquanto eu ainda estava na loucura do jornalismo diário. Era março e eu mais uma vez caí na besteira de fazer a continha e ler: "o fim de um ciclo se aproxima e, com isso, o término de alguns de seus planos, e patati-patatá blá-blá-blá".
Pelo fato de aquelas palavras nada sugerirem ou pouco significarem para mim naquele momento, não resisti à tentação de acrescentar um algarismo a mais na conta, ou seja, ao invés de somar 2008, somei 2009, devido à proximidade do meu aniversário. O resultado não podia ter sido pior: "prepare-se para o início do próximo ciclo. Ano cármico".
Humm... e quem é que acredita nessas coisas? Eu que não! Pensei tentando me convencer. Não sei se esses números fizeram alguma coisa comigo dali pra frente, mas o fato é que depois do meu aniversário fui dispensado do jornal em que trabalhava; fui preterido à vaga num outro processo seletivo de um outro jornal; ridicularizado com uma oferta de emprego na qual tive vontade de socar a pessoa que me sinalizava com 500 "reaus" mensais por uma tarefa que exigiria no mínimo 2 mil; reprovei num concurso federal; perdi uma amizade para sempre e descobri que muitos amigos não eram afinal de contas tão amigos assim.
Já ouvi muitos numerólogos aconselharem as pessoas, nesses programecos vespertinos que dão uma enorme audiência na TV aberta, a acrescentarem uma letra "b" ao número de suas casas ou então a seus nomes para melhorar a energia, vide Sandra "de" Sá, que talvez seja o caso mais famoso de que tenho conhecimento.
Mas num ano cármico como o que a Cidinha decretou pra mim (e olha que nunca fiz nada de mal pra ela), o que se faz? Mudo meu nome para Gustavo Beraldy? Ou começo a carregar uma letra "b" feita de isopor ou papelão comigo para todo lugar que eu for? Quem me socorre numa hora dessa? Só se eu for no programa da Sonia Abrão (aquela dos zóinhos esprimidos) e armar um imenso barraco acusando a Cidinha de ter me jogado olho gordo. Mas aí era capaz de eu ser chamado para o Big Brother 10, o que seria péssimo!
Não sei se realmente estou passando por um ano cármico, mas estou fazendo tudo o que está ao meu alcance para sobreviver a esse "novo ciclo". Tanto que já estou até falando como a Cidinha, rsrs. E se nesse momento eu pudesse (mas não posso) dar um único conselho a todos vocês, diria: não abram spans, eles são spans justamente para que ninguém os abra, muito menos os da Cidinha! Maldita Cidinha!

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