domingo, 28 de junho de 2009
Curto e grosso
sábado, 20 de junho de 2009
À 25 de Março... (Parte 2)
quinta-feira, 18 de junho de 2009
À 25 de Março... (Parte 1)
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Uma redação inesquecível
Eis aí, um tempo em que trabalhar no Jornal da Cidade era prazeroso, mesmo com todas as dificuldades salariais, que, pasmem, eram muito maiores do que as atuais.
Mesmo assim, as repercussões de pauta com o chefe Luiz Lessi, as brincadeiras do sempre animado fotógrafo Nilson Cologni e os comentários ácidos de Robertinha de Sá, eram os ingredientes que faziam do expediente um período do dia não tão pesado e mais alegre.
Neste clipe, produzido por mim ainda no ano de 2005, dá para ver, além daqueles que permanecem tirando leite de pedra naquele periódico, o repórter policial Ivan Marcos Machado (hoje no JJ), Roberta Dutra (Pet News), que na época exercia a chefia e reportagem na parte da manhã e que ficou "P" comigo por tê-la filmado, Solange Spiandorin, que ainda não havia se aventurado no cargo e Paulo Grégio (atual freela no Bom Dia), além da Marcela, a secretária de redação, que adorava filmes alternativos.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Inseparáveis
− Poquinho pa mim, poquinho pu cê. Mais poquinho pa mim, mais poquinho pu cê!
Aos gritinhos, que intercalavam o diálogo, Mariazinha passava a manhã. Com as perninhas de fora, expostas ao sol agradável de antes das dez, ela carregava com as duas mãozinhas o copo de plástico cor de laranja. A mãe, de longe, observava a conversa da pequena criaturinha com o também pequeno brotinho de pinheiro enterrado na beirada do jardinzinho, que ficava aos pés do xodó da casa.
− Com quem você tá falando, Mimizinha?
O olhão arregalado volta-se em direção à voz materna.
− Com quem cê tá falando, Mimi? Conta pra mamãe, conta.
Mariazinha pisca os olhos, abre a boca e balbucia um pequeno ponto de interrogação, como se aguardasse que a questão fosse melhor formulada. Sem complemento, volta-se para o seu afazer. Leva à boca o copinho todo babado, degusta novamente o suquinho nutritivo e derruba propositadamente o restinho do líquido sobre os folículos do amiguinho verde.
A séria brincadeira é interrompida uma vez mais pela voz adulta.
− Mimizinha... Mimizi-nha... Cadê a Mimizinha?
Dessa vez não. Mariazinha tinha sérias pretensões de continuar alimentando o brotinho. Não iria, de forma alguma, deixar que as perguntas bobas da mamãe lhe tirassem a concentração.
A palminha da mão branquinha de Mariazinha, com os dedinhos ainda miudinhos, largam o copo e vão em direção ao pequeno ser vivo. Na ida, um carinho e meio esbarrão. Na volta, meio esfregão e um aconchegante afago, como daqueles que mamãe costumava conceder-lhe na hora de dormir. E pronto. Agora já podia cuidar dos bichinhos inanimados que a cercavam e habitavam o baldinho de brinquedos.
− Mã... Suzu.
− Tá suja Mimi? Vamos tomar banhinho?
− Nã... Esse suzu.
Por mais que Mariazinha se pusesse a explicar que a sujeira vinha da coisa sem vida. Dos seres inertes e sem pulsação. Não haveria de ser entendida. A cabeça girava uns cento e oitenta graus, de ombro a ombro, destacando a negação, e o curto bracinho esticado mostrava o problema. Mas a mamãe não queria ver além dos resquícios de terra que adornavam o vestidinho e que serviam de testemunhas dos divertidos minutos de Mariazinha junto à natureza.
− Bebê vai tomar banhinho agora...
Na banheira, água quentinha e patinhos de borracha. A mamãe tenta a todo custo distrair Mariazinha. Em vão. No marasmo daquele lago fictício, ela adormece. Enrolada na toalha fofinha, se aconchega no pijaminha cor-de-rosa e é conduzida ao berço, enquanto o início da tarde se anuncia junto ao som de uma leve garoa. Com o polegarzinho entre a língua e o céu da boca, Mariazinha sussura de olhos cerrados: “botinho toma bainho tamêm”.
A mamãe, ouvindo a pequena enquanto se apressava em deixar o quarto nas pontas dos pés, para e sorri. Era como se, finalmente, a manhã com sua também pequena criaturinha tivesse feito sentido.
− Pode deixar Mimi... Se depender de mim, vocês dois crescerão juntos.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Mais uma despedida
Foram pouco menos de três meses no ritmo alucinante do Bom Dia, até que o corpo e principalmente a mente descansaram.
Na manhã desta sexta-feira, eu, Kadija Rodrigues (repórter), Dago Nogueira (fotógrafo dos bons) e João Guilherme (diagramador e arte finalista) fomos dispensados do jornal, num corte que deixa dessa vez o diário nas mãos de três editores, quatro repórteres e dois fotógrafos.
O motivo: corte de gastos.
O que me conforta é saber que fui dispensado com outros três grandes profissionais, que apesar do intenso ritmo de trabalho, nunca esmoreceram. Gente de fibra, que merece tudo de mais nobre em suas vidas profissionais.
Sinto por ter ficado pouco tempo, pois por menor que tenha sido minha passagem pela rede, o coração está mais apertado por ter deixado amigos. Sim, amigos, companheiros que me ajudaram, que viveram angústias parecidas com as minhas, que sorriram e que choraram em minha despedida.
E o mais duro é ter a certeza de que vida tem que continuar e que vai continuar, mesmo sem querer. O jeito então é viver e ajudar a compor outras pautas!
Um grande abraço aos que ficam e aos que se foram comigo!
Força sempre!