De repente um esbarrão na perna. Alguns instantes depois outro e um 'acorda folgado' bem irritado. Abro os olhos e vejo o Drovetto segurando minha máquina fotográfica nas mãos, mirando a lente em minha direção.
- Fala giz, fala.
- Cara, guarda essa máquina. Tô morrendo de sono. Essa cambada daí ao lado não me deixou dormir a noite inteira. Vamos dormir mais um pouco.
- Se eu não dormi, você também não dorme. Folgado. A cama era sua. Era você quem tinha que ter ficado lá. Não consegui ficar deitado nesse colchão horrível. Meu, isso aqui é uma espelunca. Temos que conversar com o português e exigir o nosso dinheiro de volta.
Decisão tomada, o desafio seguinte era conseguir tomar um banho no banheiro mais que apertado do nosso quarto. E lá foi Drovetto. Enquanto isso, eu tentava dar uma ajeitada nos colchões para abrir espaço.
De repente, uma cucaracha passeando sobre os lençóis que haviam servido para meu repouso.
- Argh, que nojo! Exclamei em alto som.
- O que aconteceu? Gritou Drovetto do chuveiro.
- Uma barata nojenta andando pelo quarto.
- Mata ela pô.
O problema era arranjar espaço para matar a dita cuja e não sujar ainda mais o já fétido ambiente.
Pá. Uma chinelada certeira e o estrago estava feito. Agora éramos três a dividir o cubículo. Eu, Drovetto e a barata, estatelada em cima do lençol, no pior estado que podia estar. Com um caldo verde que se espalhava por vários centímetros de diâmetro a partir do ponto central.
- Argh, que nojo, mano! Exclama Drovetto.
- Eu te avisei.
- Bom, se restava alguma dúvida em relação a sair desse 'muquifo', agora não resta mais. Vamos lá!
Após falarmos duro com o portuga, inclusive tendo o ameaçado de sustarmos os cheques entregues como pagamento pelas diárias, o portuga achou por bem nos dar um outro quarto, segundo ele, bem melhor que o anterior.
O pior de tudo é que a gente acreditou mais uma vez no safado.
Continua...
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Foto: após uma noite de sono mal dormida, Drovetto me acorda irritado com a má escolha que havia feito em trocar o colchãzinho no chão pela cama sinistra. Não aguentei e caí na gargalhada, mesmo minha situação não sendo das muito melhores. Ah... minutos depois desta foto, a barata apareceria para nos expulsar definitivamente do quarto.
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