quarta-feira, 22 de junho de 2011
Nome Próprio
Acabei de assistir ao filme nacional "Nome Próprio", de 2007, dirigido por Murilo Salles e estrelado por Leandra Leal. Filme intenso, como toda boa película nacional. Conta a história de uma escritora, que vive o livro que pretende escrever, quer dizer, escreve o livro que quer escrever vivendo-o, quer dizer, vive o que escreve e faz o livro, quer dizer... algo mais ou menos assim. Já falei que o filme é intenso? Já. Mas é intenso mesmo, desde o primeiro segundo, que aliás, começa com uma nudez quase total da belíssima atriz.
Além de intenso, o filme também tem cenas nojentas, cruas, em carne viva... Não sei porque (e por favor, me digam se concordam acaso vejam o filme), mas a história me remeteu aos conflitos existenciais de Clarice Lispector. Camila, brilhantemente interpretada por Leandra, se joga no mundo, se expõe, de despe a todo momento em busca do seu eu, de suas palavras, de seu universo, de seu "corpo-palavra". Achei interessante esta construção, e concordo com ela. Quando escrevo, me encontro, e para me encontrar não posso ter pudores, tenho que me mostrar, então me construo, me notando, sentindo meu corpo, meu corpo-palavra.
Filme extenso, mas como todo filme que propõe não uma, mas muitas reflexões, traz a sensação de recompensa ao final. Recomendo a todos aqueles que, assim como eu, sente todos os dias a literatura pulsando na veia do braço insistindo em jorrar.
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2 comentários:
Fiquei com vontade de ver o filme, Gu! Sua descrição é ótima. Bjo e bom feriado.
Oi Paulinha, querida!
Há qto não passava por aqui.
Obrigado pelo elogio. Pode assistir ao filme que é bom, embora seja cru!
Bjão!
PS: precisamos nos ver urgentemente!
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